A estratégia de “Open Banking” veio para acelerar a colaboração entre instituições financeiras (FIs) e Fintechs, ao alavancar novos ecossistemas centrados em APIs. Porém, para avançar neste modelo de parceria é fundamental a adoção de uma visão de Plataforma.
De forma a acelerar o “unlock” (exposição) dos sistemas legados e turbinar o processo de inovação, as FIs precisam habilitar ambientes de “sandbox”, nos quais desenvolvedores e Fintechs possam rapidamente se “plugar” à FI, extrair dados e insights e “co-criar” soluções financeiras que irão oferecer experiências únicas para os clientes. Esta abordagem permitirá o rápido on-boarding e integração das Fintechs, e acesso eficiente aos dados dos clientes das FIs, sem deixar de lado a segurança no acesso à informação.
Para avançar neste contexto e acelerar as iniciativas centradas na “API economy”, é fundamental não só uma estratégia ágil e consistente no acesso ao legado, mas acima de tudo, que as FIs adotem um caminho que passe pela modernização de suas aplicações para a cloud (containers, microserviços, etc), adotando uma estratégia de núvem híbrida (privado+público).
Já está comprovado que o modelo de plataforma é o que apresenta o maior crescimento, basta tomar como referência o mercado e verificar o caminho que está sendo adotado por grandes players de tecnologia, tais como: Google, Amazon, Alibaba, etc. O mindset da Fintech já é orientado para a visão de plataforma. É hora pois, de trazer esta “cultura” e “estratégia” para dentro das instituições financeiras.
Como já expliquei no meu post: Open Banking, API Management e AI: Qual a relação entre eles?, uma estratégia Open Banking vai muito além da simples exposição de APIs e exige a adoção de uma abordagem essencialmente centrada em Dados. É por isso que hoje vou apresentar os 4(quatro) pilares fundamentais para a adoção de uma plataforma Open Banking, são eles: Inovação, Ecossistemas, Automação e Compliance/Gestão de Riscos. Abaixo uma rápida introdução a cada um destes pilares.
Os Quatro pilares da Plataforma de Open Banking.
1. Inovação
O modelo Open Banking é essencialmente orientado para acelerar a Inovação, permitindo a “co-criação”, envolvendo Fintechs e FIs, de novos produtos e serviços financeiros, com grande foco na experiência do usuário final e na oferta de produtos extremamente personalizados. A plataforma Open Banking acelera a inovação pois permite a rápida criação e compartilhamento de “sandboxes” seguros, através dos quais os dados das instituições financeiras são expostos (via API seguras), utilizando uma plataforma em núvem aberta, com baixo custo e muita agilidade.
2. Ecossistemas
A plataforma Open Banking permite que comunidades de desenvolvedores, Fintechs e parceiros de negócios (B2B), colaborem fazendo uso de APIs abertas, que ofereçam rápido acesso aos dados e insights sobre os clientes, oferecidos pelas instituições financeiras. A estratégia permite monetizar ativos financeiros e criar soluções diferenciadas em áreas como pagamentos e investimentos, tudo com extrema segurança, agilidade, transparência, e sem a necessidade de re-escrever todo o legado ou “core” bancário. Em outras palavras, o modelo gera uma oportunidade única para que FIs e Fintechs criem novas fontes de receitas até então difíceis de imaginar.
3. Compliance e Gestão de Riscos
A abordagem Open Banking impõe velocidade na criação de novas aplicações digitais através da rápida agregação de dados financeiros de uma ou diversas instituição financeiras, utilizando métodos seguros de acesso (APIs). A estratégia permite habilitar o conceito de “Smart Account” (ou conta inteligente), onde os clientes passam a ter acesso a informações detalhadas do seu perfil e comportamento, além de incorporar recursos que aprimoram o processo de compliance da FI, oferecendo um melhor gerenciamento de riscos corporativos. Uma Smart Account pode, por exemplo, utilizar recursos de machine learning para otimizar a determinação de riscos, analisando grande volume de dados e calculando o scoring de riscos de maneira mais eficiente. Temos aqui uma excelente oportunidade para RegTechs (Fintechs de compliance), que desejam oferecer soluções para cenários de atribuição dinâmica de scoring de riscos, em tempo real, ao mesmo tempo em que se beneficiam da agilidade e segurança da plataforma cloud para agregar dados de múltiplas fontes e suportar um grande volume de transações.
4. Automação
A Plataforma Open banking deve suportar extrema automação de processos e tomada de decisões, baseada em insights, com forte utilização e incorporação de tecnologias de Inteligência artificial (AI) e Cognitiva. A estratégia Open Banking alavanca o uso de complexos modelos de AI e Machine Learning para tomada de decisões rápida, eficiente e permitindo extrema personalização das interações e na experiência do cliente. Uma plataforma que aprende com base no uso e capaz de otimizar respostas e ações com base nas interações com os usuários finais.
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