Os trilhos para um sistema financeiro digital e verdadeiramente inclusivo.
Open Banking avança no Brasil e em diversos países do mundo. Susep (Superintendência de Seguros Privados) em 22 de abril de 2021, através de consulta pública, deu início ao processo de Open Insurance no Brasil, reforçando a importância da operacionalização da lei 13.709/18 ou LGPD (lei geral de proteção de dados brasileira) e a necessidade de estabelecer a interoperabilidade entre os Ecossistemas de Open Banking e Open Insurance.
Enquanto isso, no mundo, instituições financeiras exploram o uso de ativos digitais para pagamentos cross-border (entre fronteiras). A China recentemente lançou o yuan digital, enquanto Bancos Centrais e Reguladores como Brasil, Reino Unido e EUA estudam e exploram os benefícios das moedas digitais na forma de CBDCs (Central Bank Digital Currencies). BIS (Bank for International Settlements ou Banco de Compensações Internacionais), considerado o “banco central dos bancos centrais” e Reguladores ao redor do mundo exploram modelos de interoperabilidade e uso de indentidades digitais (Digital ID).
Recentemente Cingapura e Tailândia integraram seus sistemas de pagamentos em tempo real ao permitir a transferência instantânea de fundos entre os diferentes países, evidenciando a importância da interoperabilidade entre instrumentos de pagamentos digitais. Com esta integração consumidores dos dois países poderão concluir, instantaneamente, uma transferência de dinheiro, apenas digitando o número do celular do destinatário, eliminando a necessidade de preencher informações e dados de contas bancárias, em pagamentos cross-border e remessas internacionais.
Vale destacar que governo de Cingapura também avança forte no uso de identidades digitais permitindo aos cidadãos do país disponibilizar informações verificadas, ou credenciais digitais certificadas (identidades digitais) e que oferecem maior comodidade e segurança para os cidadão ao realizarem transações online, tais como: acessar serviços digitais usando biometria, assinar documentos digitalmente ou mesmo concluir transações usando seu aparelho celular, ao eliminar a necessidade de apresentar documentação em papel ou da presença física da pessoa. Através do serviço de identidade digital Singpass Mobile, os cidadãos do país podem podem acessar com um única credencial, tanto serviços do governo quanto oferecidos pelo setor privado.
Enquanto isso, as expectativas dos consumidores finais e das pequenas e médias empresas (PMEs) continuam mudando rapidamente e os clientes dos bancos e instituições financeiras passam cada vez mais a exigir novas experiências, produtos e serviços altamente customizados e “sob-medida” para as suas necessidades, criando possibilidades concretas para ampliar o leque de consumidores no sistema e a inclusão financeira. O constante dilema entre colaborar versus competir neste novo ecossistema financeiro vibrante exige que as instituições financeiras tornem-se verdadeiras plataformas digitais, capazes de colocar o cliente no centro de tudo.
Em evento transmitido durante a cúpula de inovação organizada pelo BIS, no dia 24 de abril de 2021, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto comentou “As inovações financeiras do próximo ano serão maiores do que as dos últimos dez”.
Este cenário cria um ambiente propício para acelerar com a transformação do setor financeiro. Está aberto o caminho para o avanço do Open Finance no Brasil.
Mais do que visão será necessário acelerar com uma abordagem pragmática que dará sustentação para estes novos modelos de inovação aberta baseados no Open Banking, passando pelo Open Insurance e chegando ao Open Finance e definirá as bases para o estabelecimento da confiança entre os diferentes participantes do ecossistema e promoção da inclusão digital e financeira.
Em “The path to Open Finance, The rails for financial inclusive digital economies” (o Caminho para o Open Finance. Os trilhos para economias digitais financeiras inclusivas, em português) que foi apresentado no evento Open Banking Week – Global edition 2021 de 07 a 11 de junho, foi abordado, entre outros:
- Princípios para estabelecimento de novas plataformas digitais inclusivas baseadas no Open Finance
- Pagamentos digitais, Open Banking, Open Insurance e Open Finance como “rails” para a entrega de novas experiências e serviços inclusivos
- Abordagem para interoperabilidade que vai além da integração dos dados
- Os princípios para estabelecimento da confiança no ecossistema ou “Trust model”
- A “fundação” para transformar instituições financerias em verdadeiras plataformas digitais
Confira a gravação de ‘O caminho para o Open Finance’ apresentado no evento Open Banking Week – Global edition 2021.
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