Mas afinal, você já parou para pensar por que o Pix por aproximação precisa do Open Finance?
O Banco Central do Brasil (BC) exerce dois papéis importantes no âmbito do sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, o Pix: um é o de definir as regras de como o Pix deve funcionar e o outro é de cuidar da parte tecnológica e operações, garantindo que a plataforma entregue serviços com total qualidade e segurança.
Na linguagem do mundo de pagamentos, o BC é o que chamamos de “instituidor do arranjo de pagamentos Pix”, ou seja, o BC define, aplica e organiza as regras necessárias para o seu funcionamento, além de monitorar os participantes deste arranjo para garantir que estão entregando serviços de qualidade, com a segurança necessária, além de uma experiência de qualidade para os consumidores finais, entre outros.
A título de comparação, no mundo de pagamentos as bandeiras de cartão são exemplos de instituidores de arranjos de pagamento. Elas, as bandeiras, definem e garantem a aplicação das suas próprias regras, em seus respectivos arranjos, quando, por exemplo, o usuário paga com cartão de débito ou crédito no POS. E não são poucas as regras, uma delas é a aplicação dos padrões de segurança do PCI DSS.
O Open Finance, por sua vez, é uma camada de acesso a dados e de execução de transações financeiras, extremamente segura. Ele aplica um modelo de segurança que chamamos de “Financial-grade APIs (FAPI)” que garante o consumo de APIs de forma muito segura, entre outros, utiliza múltiplos layers de segurança, criptografia de ponta-a-ponta, combina processos de autenticação multifator e autorização, além de ser construído com a segurança necessária para acessar dados protegidos por nossas leis como, o Sigilo Bancário e a LGPD (legislação de privacidade de dados).
O Open Finance é regulamentado pelo Banco Central. Quando o Open Finance, é definido como “A” camada de acesso segura para o Pix, seja ele Pix tradicional, Pix por aproximação, Biometria, etc, na prática o BC está garantindo a aplicação de regras do arranjo Pix, assim como guidelines e boas práticas de segurança. Com isso, o Banco Central consegue ter as garantias adicionais de que as transações estão acontecendo de forma segura, que o usuário foi devidamente autenticado e identificado, que a troca de dados foi realizada com total segurança, entre outras.
Nesse contexto, o Open Finance e agora com a adoção da JSR (jornadas sem redirecionamento), possui um papel maior do que apenas uma camada de conectividade para garantir o funcionamento do futuro Pix por aproximação, por exemplo.
O mercado tem uma grande expectativa quanto a estas novas experiências de pagamentos, sem fricção, que estão sendo desenvolvidas. O Pix já é um dos maiores cases globais de inclusão financeira e poucos duvidam que, em pouco tempo, este case só tende a crescer e ganhar ainda mais repercussão em termos globais.
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